quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Os 10 maiores MICOS do Rock Nacional...

Uma seleção de escorregões desconcertantes de artistas que marcaram época

Não é só no E! True Hollywood Stories ou nos tablóides ingleses que os ícones da música entram pelo cano. O nosso cenário pop está cheio de factóides curiosos de bastidores para provar que talento ou fama não servem de escudo. A Lei de Murphy é irrevogavelmente implacável. Ela atinge a todas as espécies, e desbanca até a pinta heróica daqueles que nos fazem cantar junto. A moral da história é que somos todos humanos, e, portanto, vulneráveis, mesmo quando temos a nossa foto estampada numa capa de revista bacana em 300 dpi's...

10. Roberto Carlos e a bossa nova
O rei Roberto hoje esgota ingressos com a proposta, mas sua primeira incursão na bossa nova não foi tão bem sucedida assim. No início da carreira, ele arranjou um contrato com a Polydor através de Carlos Imperial, e lançou um compacto com as bossas "João e Maria" e "Fora do Tom". Fracasso tão grande que só quando começou a compor com Erasmo Carlos, em 1962, Roberto encontrou-se no rock e finalmente atingiu a fama.

9. Los Hermanos dos ovos de ouro
Em 1998, um dos maiores fenômenos recentes do rock nacional, o Los Hermanos, levou uma demo para Carlos Eduardo Miranda, da gravadora Trama, o mesmo que fizera a fama de Raimundos e Virgulóides. Na época, ele deu de ombros por ter achado que o som dos caras era cru. O produtor confiou em seu tato para dar preferência a outros nomes, como Júpiter Apple e Cowboys Espirituais. Resumo da ópera: os Hermanos debutaram vendendo 200 mil cópias por culpa do sucesso "Anna Júlia".

8. O tremendão Erasmo tremeu nas bases
Ano: 1985. Evento: primeira edição do Rock in Rio. Headliners: AC/DC, Ozzy Osbourne, Queen, Whitesnake e Iron Maiden. Público: obviamente composto por metaleiros em peso. O mico: eis que sobe ao palco, entoando baladas como "Gatinha Manhosa" e "Mulher", o tremendão Erasmo Carlos. Detalhe: o figurino de Erasmo era composto em couro, com franjas e muitos rebites. Vaia total. Com medo da reação à segunda apresentação do Tremendão no festival, a produção transferiu o pioneiro do rock nacional para o dia 20 de janeiro, ao mesmo line-up do Yes e B-52's, ao invés de Ozzy e AC/DC.

7. Edu K e a maldição do mico perene
Há micos que perduram para sempre... Edu K foi o pioneiro de muitas coisas no Brasil. Foi o cara que, no início dos anos 90, entendeu com clareza que o futuro da música estava na miscigenação. Sua banda Defalla, com o disco Kingzobullshit, deu o pontapé no funk metal, com a música "Repelente". Ele trouxe o sampler ao rock nacional, bebeu na fonte do trash metal, do hard rock e inclusive do pancadão carioca. Porém, em 1992, cometeu o exagero de aparecer completamente nu em rede nacional pela Globo, enquanto abria para os Red Hot Chilli Peppers, no Hollywood Rock. Foi o cume de sua carreira.

6. Conflituoso Ira!
Não é de hoje que o barraco assombra o quarteto Ira!. Logo no início da carreira, eles já eram assunto de confusões. Tretavam com outras bandas, com a gravadora, com os produtores. Quando convidados para tocar no primeiro Hollywood Rock, em 88, meteram a boca no trombone durante as coletivas. Denunciaram que os artistas nacionais não ganhavam cachê e que eram tratados mal em relação às atrações gringas. Tudo que conseguiram foi o desprezo de outros grupos, a queda da popularidade e um show ruim por causa do som irregular.

5. Roger, do Ultraje, na militância pró-Collor
Roger Rocha Moreira pode gozar da satisfação de ter sua banda, o Ultraje A Rigor (no destaque), entre os clássicos do rock brazuca. Mas isso não o exime do filme queimado. Como todo brasileiro tonto no final dos 80, também acreditou que Fernando Collor de Mello iria tirar o país da lama. A diferença é que Roger, além de votar, apoiou a causa de Collor na época. "Ele vai melhorar a nação", disse o vocalista à imprensa.

4. Lobão excomungado por headbangers
Lobão está para o Rock in Rio 2, em 1991, aquilo que Erasmo Carlos está para a primeira edição. Com o background da bateria da mangueira, ele confirmou sua apresentação na noite metaleira do megaevento, junto de pauleiras como Sepultura e Megadeth. Recusando o pedido do Sepultura para trocar a escalação, não temeu anteceder o Judas Priest de Rob Halford, que entraria logo após montado numa Harley. Não precisa ser gênio pra saber que não era boa idéia. O lobo foi interrompido por chuva de latinhas no meio de "Vida Louca Vida", depois de ter sido ofendido pelo coro: "1, 2, 3, 4, 5, mil, queremos que o Lobão vá pra p*** que pariu". Nem a mangueira foi poupada pela indignação dos headbangers.

3. Edgar é cool
Edgard Scandurra sempre foi da noite, desde os anos 80. Quando vieram os 90 e o cenário udigrudi de Sampa começou a pipocar seus redutos pela cidade, ele apegou-se ao techno como o som do futuro. Freqüentador assíduo do Hell's Club na época, ele expressou suas influências sintetizadas em seu segundo álbum solo, Benzina. Apesar de o disco ser meio capenga, o problema não está nisso. Está nos agradecimentos, onde o guitarrista desnecessariamente quer mostrar que é do rolê prestando agradecimentos à "saudável família Hell's Club". Pra garantir o status, coloca até o número de sócio: E.S. Z0163.

2. Raul Seixas em sua fase mais xarope, com efeito colateral e tudo
Raul Seixas, em meados dos anos 70, deixou a gravadora Phillips e assinou com a WEA, levado por André Midani. Raul andava meio junkie naquela época. Com intuito de proteger seu patrimônio composto por dois apartamentos no Rio, contratou uma equipe de caratê. O primeiro álbum pela WEA foi gravado no desleixo. Raulzito nem sequer apareceu para gravar as guias de voz de O Dia Que a Terra Parou. O inferno astral todo culminou com a invasão de um dos apartamentos do maluco beleza por traficantes, que acabaram matando a tiros o lutador argentinho Hugo Amorrotu.

1. Miquinhos querem banana?
João Penca & Seus Miquinhos Amestrados foi uma das mais divertidas bandas de rock dos anos 80 no Brasil. Tiveram vários hits medianos, mas estouraram pra valer em 1989 com o álbum Sucesso do Inconsciente. O repertório trazia um som que foi desprezado pela RCA e depois bancado pela jovem gravadora Esfinge: "SOS Miquinhos (Merdley"), uma espécie de pot-pourri reunindo trechos de versões chulas para hits da década de 60. Teria sido um lance de lavar a alma, afinal, depois do primeiro dia nas rádios, a faixa virou fenômeno, e os Miquinhos venderam 90 mil cópias no mês de lançamento. Teria sido sem dúvida uma ótima tacada, caso o chefão da companhia não tivesse sumido do mapa com toda a bufunfa. Será que ele mandou uma banana de cima do avião, que nem naquela novela da Globo?

*fonte: Especial Bizz 20 anos

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