segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Um país que cai de bunda e chora...

> Sou tomado de profunda melancolia ao contemplar o desempenho do Brasil nas
> Olimpíadas e constatar nossa colocação no quadro de medalhas. Comparar nosso
> país com os países que estão à nossa frente. Fico triste ao ver que na nossa
> seleção olímpica de futebol existem jogadores que ganham milhões e milhões
> de dólares, enquanto representantes do nosso judô choram e são humilhados
> por não ter dinheiro para pagar o exame de faixa preta.
> Fico irado ao ver o Galvão Bueno, nas transmissões da Globo, enaltecer
> delirantemente 'o gênio mágico' do 'fenômeno' Phelps, nadador
> norte-americano e não falar no mesmo tom do nosso nadador Cielo, este sim,
> um fenômeno. Fenômeno porque treinou seis horas por dia nos três últimos
> anos, numa cidade do interior dos EUA, sustentado pelos próprios pais e pela
> generosidade de alguns amigos, pois não recebe um auxílio oficial.
> Fico depressivo ao contemplar na TV nossas minguadas medalhas de bronze. E
> fico pensando que, de cada mega-sena e outras loterias oficiais, o governo
> paga apenas 30% do arrecado ao ganhador e propaga que os outros 70 % são
> destinados a isso ou aquilo, sem que a gente possa fiscalizar com nitidez
> essa aplicação.
> Estou por completar 66 anos. E desde pequenino tem sido assim. Lembro do
> Ademar Ferreira da Silva, nosso bicampeão olímpico do salto tríplice que foi
> competir tuberculoso! E jamais me sairá da mente o olhar de estupor de
> Diego Hipólito caindo de bunda no chão no final da sua apresentação, quando por
> infelicidade e questão de dois segundos deixou de subir ao pódio. E de suas
> lágrimas pedindo desculpas, quando ele não tem culpa de nada. Das lágrimas
> de outros atletas brasileiros dizendo que não deu. Pedindo desculpas aos
> familiares e ao povo.
>
> Meus Deus!
>
> Será que vou morrer vendo um povo que só chora e pede desculpas? Será que
> vou morrer num país que se estatela de bunda no chão, enquanto os políticos
> roubam descadaradamente e as CPI´s não dão em nada? Será que vou morrer
> num país que se contenta com o assistencialismo e o paternalismo oficiais, um
> povo que vende seu voto por bolsa-família e por receber um botijão de gás
> de esmola por mês?
>
>
> Até quando, meu Deus


Carlos Freitas

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